
Um pouco da história de Três Pontas
Localizada no sul de Minas Gerais, essa joia mineira carrega em si uma beleza simples, acolhedora e muito cheia de vida. As raízes de Três Pontas remontam ao século XVIII, quando a região era marcada por quilombos e poucas habitações. Com o tempo, novos moradores chegaram e formaram a vila, que tomou o nome da serra próxima — a famosa Serra de Três Pontas, caracterizada por três picos visíveis de alguns ângulos. A cidade se emancipou em 3 de julho de 1857.
Hoje, Três Pontas é reconhecida pela sua forte tradição cafeeira, sendo um grande centro na produção de café. Também é terra de fé e música: nomes como Milton Nascimento e Wagner Tiso têm ligação com a cidade.
Três Pontas é aquele tipo de cidade que mora na alma da gente. Localizada no Sul de Minas, ela reúne três características que definem sua essência: é terra do café, da fé e da música — e cada uma delas conta uma história própria.
☕ O Café como Alma da Cidade
Três Pontas respira café. A cidade está oficialmente inserida na Rota Nacional do Café, o que reforça sua importância histórica e cultural no circuito turístico do Sul de Minas.
As plantações se espalham por montanhas e vales, em altitudes que favorecem a produção de grãos especiais. O clima ameno, o solo fértil e o manejo tradicional convergem para cafés de alta qualidade — não apenas como produto agrícola, mas como herança viva.
Além do cultivo, existe um turismo sensorial: visitar as fazendas, observar o processo de colheita, sentir o aroma de grãos recém-secos, degustar diversas variedades harmonizadas com quitandas mineiras — tudo isso se tornou parte da experiência turística.
Essa relação profunda entre a terra e a tradição faz do café mais do que economia: ele é identidade, história e inspiração para quem vive em Três Pontas e para quem, como fotógrafa, deseja registrar a beleza nascida dessas montanhas verdejantes.
🎶 A Música que Vibra nas Ruas de Três Pontas
A música está no DNA de Três Pontas. Dois dos grandes nomes da música brasileira nasceram ou viveram aqui: Milton Nascimento e Wagner Tiso.
Milton, ainda jovem, formou no local uma banda que animava bailes e encontros, e essas primeiras experiências alimentaram sua carreira. Wagner Tiso, nascido em Três Pontas, cresceu ao lado de Milton e se tornou pianista, arranjador e figura importante no movimento do Clube da Esquina.
A cidade mantém viva essa tradição musical por meio de espaços como o Conservatório Municipal Gileno Tiso — nome dado em homenagem ao irmão de Wagner Tiso (também músico), — onde crianças e jovens têm aulas de instrumento, coral e prática musical. E no Centro Cultural Milton Nascimento, palcos e eventos celebram talentos locais e a herança sonora trespontana.
✨ Fé Profunda: Padre Victor e a Espiritualidade Trespontana
A fé tem um lugar central na alma de Três Pontas, e ninguém representa isso tão profundamente quanto o Beato Padre Francisco de Paula Victor. Ele viveu na cidade por cinquenta e três anos, exercendo seu sacerdócio com humildade, entrega e uma compaixão ímpar.
Padre Victor nasceu em 1827 e, apesar das dificuldades — ele era filho de uma mulher escravizada —, dedicou sua vida a servir os mais pobres, os marginalizados e os que ninguém mais acolhia. Ele fundou a Escola Sagrada Família para educar crianças pobres e promover a dignidade por meio da instrução, assumindo a educação como parte fundamental de seu ministério.
Seu processo de beatificação percorreu décadas. Ele foi declarado “Venerável” e, em 2015, foi beatificado em uma cerimônia emocionante em Três Pontas, que reuniu milhares de fiéis. Um dos milagres reconhecidos atribuídos à sua intercessão é a cura de uma pessoa que, segundo relatos, estava com diagnóstico médico impossível, mas recuperou-se após pedir sua ajuda.
Padre Victor foi chamado de “Anjo Tutelar” de Três Pontas — e não é para menos: dedicou-se a distribuir caridade, cuidar dos humildes e proclamar a justiça cristã mesmo quando enfrentava oposição de fazendeiros da época. Sua casa era refúgio para os pobres, seus discursos pregavam a igualdade e seu exemplo deixava marcas profundas na comunidade.
Padre Victor representa não apenas a fé da cidade, mas a sua coragem, compaixão e compromisso social. Sua memória não é apenas como símbolo religioso, mas como parte viva de uma história que pulsa na cidade, ecoando nas ruas, na igreja, no olhar das pessoas.
🌄 Paisagem, clima e acolhimento

Com clima ameno, montanhas que abraçam a cidade e uma atmosfera tranquila, Três Pontas é aquele tipo de lugar que convida a desacelerar.
As ruas calmas, o pôr do sol na serra, as praças antigas e a convivência simples fazem desse pedaço de Minas um refúgio para quem busca beleza na rotina.

As pessoas têm aquele jeitinho mineiro que encanta: conversam olhando nos olhos, gostam de prosa boa, ajudam sem perguntar e tratam todos como se fossem de casa.
- A Serra de Três Pontas é um dos cartões-postais da cidade. Com altitudes que ultrapassam os 1.200 m, oferece trilhas, mirantes e pequenas quedas d’água para os mais aventureiros.
- A cidade faz parte do Circuito Turístico Vale Verde e Quedas d’Água, o que reforça seu apelo para o ecoturismo.
- Há cursos d’água como o Ribeirão das Araras e o Ribeirão da Espera, que completam a paisagem natural e trazem frescor para os arredores.
- O clima é bastante ameno, em parte por causa da altitude. A cidade vive verões mais úmidos e invernos mais secos, o que favorece a cultura cafeeira.
- A população é marcada pela simplicidade e acolhimento típico mineiro. Aqui, as tradições do café, da música e da religião se entrelaçam no dia a dia.
📍 Pontos que valem a visita
- A Serra de Três Pontas, que batiza a cidade e oferece vistas inesquecíveis.
- A Praça Cônego Victor e a Igreja Matriz, símbolo da fé local.
- O Memorial Padre Victor, visitado por devotos de todo o país.
- A Casa da Cultura, que preserva raízes musicais e históricas.
- O Distrito do Pontalete, com a calmaria da represa, perfeito pra fotos e descanso.
- O parque Vale do Sol, que é um ambiente familiar, com lindas paisagens para fotos (já viram meus ensaios por lá?)